Redação VN
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Depois de dizer que “odeia história de bicha” no lançamento da novela “Velho Chico”, da TV Globo, o autor Benedito Ruy Barbosa despertou algumas opiniões revoltosas. A exemplo do deputado federal baiano Jean Wyllys (PSOL-RJ), que considerou tal posicionamento como “homofóbico” e “deselegante”.
“Apesar do respeito por sua obra, não posso deixar de dizer o quão irresponsável é essa fala de Benedito Ruy Barbosa neste momento em que o fascismo avança e as reações às conquistas cidadãs se tornam violentas; na medida em que essa fala interpela e reforça os preconceitos anti-homossexuais”, detonou o parlamentar em um post no Facebook.
O Grupo Gay da Bahia (GGB) também se manifestou sobre o caso e lamentou as declarações do autor. “Num país em que tantas pessoas são mortas por serem homossexuais, colocar personagens homossexuais e passar uma imagem positiva dessas personagens é sim uma atitude de responsabilidade”, declarou o GGB em nota.
Mostrando que o “ódio se combate com amor”, o ativista Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, também acredita que a idade de Benedito tenha influenciado em suas opiniões homofóbicas. “Eu posso compreender a manifestação raivosa do novelista Benedito Ruy Barbosa como a expressão de um choque-cultural”, analisou.
De acordo com o GGB, em 2013 foram contabilizados 312 assassinatos, mortes e suicídios de gays, travestis, lésbicas e transexuais brasileiros vítimas de homofobia e transfobia. A média é de uma morte a cada 28 horas.
Entenda o caso
O autor Benedito Ruy Barbosa, supervisor de “Velho Chico”, nova produção das 21h da TV Globo, criticou as novelas com núcleos voltados para o público LGBT . “Odeio história de bicha. Pode existir, pode aceitar, mas não pode transformar isso em aula para as crianças. Tenho dez netos, quatro bisnetos e tenho um puta orgulho porque são tudo macho pra cacete”, disse em entrevista ao jornal Extra.
Ainda de acordo com a publicação, constrangida ao lado do pai, Edmara Barbosa, uma das autoras da produção, pedia para ele parar de falar e ele insistia: “Deixa eu falar, ué. É a minha opinião”.
“Não sou contra, não acho errado. O que acho é que quando eu tenho na mão 80 milhões assistindo minha novela, tenho que ter responsabilidade com as pessoas que estão me assistindo. Tenho que saber que tem muito pai que não quer que o filho veja, porque eles não sabem explicar, não sabem como colocar. Muita gente reclama disso para mim. O que não é justo é você transformar: só é normal o cara que é bicha, o que não é bicha não é normal. A mulher que é sapatona é perfeita, a que não é sapatona não é legal. É assim que estamos vivendo”, disse.
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